Mesmo o governo cortando R$ 14 bilhões do Orçamento para garantir reajuste de 5% aos servidores federais, várias carreiras do funcionalismo manterão paralisações para pressionar por aumento maior de salários. Ontem, funcionários da Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram a greve aprovada na última semana. Mas a categoria não é a única que está paralisada; os servidores do Banco Central (BC), por exemplo, já estão de braços cruzados desde o início de abril. As lideranças das categorias afirmam que não vão suspender as greves porque consideram que o reajuste de 5% é insuficiente para repor as perdas provocadas pela inflação nos últimos anos.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, explicou que, de janeiro de 2017 até agora, essas perdas, medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegam a 34%. “Conceder 5% não vai repor nem 15% da perda do poder de compra dos servidores” disse. “É claro que é melhor que nada, mas é completamente insuficiente. Amanhã (hoje), a partir das 14h, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, vamos dar um recado final para o governo.”
O diretor da Federação dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), Thiago Duarte, criticou as justificativas do presidente para negar reajuste salarial (ver matéria ao lado). “Não aceitaremos que Bolsonaro jogue servidor contra servidor”, disse. “Todos nós merecemos, e se tem dinheiro para Orçamento Secreto, tem também para a recomposição inflacionária emergencial”, disse. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fabio Faiad, disse que vai propor a continuidade da greve em assembléia que será realizada hoje.
Fonte: Correio Braziliense