Por Tádzio Estevam/Diario de Pernambuco
A pré-candidata ao governo do estado pelo Solidariedade, Marília Arraes, participou nesta segunda-feira (13) do programa Seja Leve, na Rádio Clube AM, apresentado pela jornalista Claudia Molina, para falar sobre suas propostas de governo para os ouvintes pernambucanos. Durante a entrevista, Marília destacou a importância da construção e ampliação de políticas públicas para diversos setores. E afirmou que Pernambuco “está estagnado”.
Sobre o desenvolvimento econômico do estado, Marília disse que “não há em Pernambuco uma política específica para geração de renda. Não se tem mais estrutura para atrair investimentos e empreendimentos que gerem renda para que as pessoas possam viver e trabalhar nos seus lugares de origem quando nos referimos às pessoas do interior. Enquanto isso, estados como Ceará e Paraíba cresceram mais que Pernambuco”, criticou a deputada.
Marília ainda discorreu sobre o assunto apontando mais um gargalo. “A carga tributária estadual é muito alta, o que configura como péssimo o ambiente de negócios em todos os sentidos, como infraestrutura, falta de água, insegurança, perseguição do estado ao setor privado que quer empreender. Tem que incentivar a área de comércio e serviços, áreas onde são gerados 70% dos empregos formais, além de aquecer o empreendedorismo e qualificar a população”.
Quando questionada sobre quais políticas públicas voltadas às mulheres serão implantadas em seu governo, caso eleita, a deputada federal destacou a criação da Casa da Mulher Pernambucana. “Queremos criar um espaço interdisciplinar para cuidar da saúde da mulher, fazendo exames de rotina como os laboratoriais, pré-natal, salas de preparação para parto normal, além de servir, também, como um lugar para inserir as mulheres em programas sociais, de qualificação profissional, empreendedorismo, acesso ao microcrédito e todas as assistências que as mulheres precisam ter”, disse.
Sobre qualificação profissional, principalmente, dos jovens, a parlamentar vê como solução incentivar, já no Ensino Médio, a implantação da Tecnologia da Informação. “Temos o Porto Digital com um quadro enorme de vagas ociosas por falta de profissionais qualificados. Sobram vagas na área de programação. É preciso mudar a noção do Ensino Médio, a matriz curricular. Deixar o jovem preparado”, completou.
Marília deixou claro que é fundamental criar e estabelecer uma política habitacional. “Se investirmos 1% da receita corrente líquida – que em 2021 foi de R$ 31,3 bilhões -, em habitação, vamos ter um investimento de R$ 460 milhões ao ano. nos últimos oito anos, Paulo Câmara investiu 500 milhões de reais em propaganda e R$ 140 milhões em habitação. Não é à toa que o estado está com um déficit habitacional enorme. O maior do Nordeste”, apontou.
É importante frisar que Pernambuco é o estado do Nordeste com o maior déficit habitacional, com mais de 300 mil habitações para serem construídas. Recife, inclusive, possui mais de 70 mil habitações em déficit. “É por isso que tem tanta gente morando em palafitas e outras áreas de riscos”.
Marília também falou sobre a importância de reestruturar o Condepe Fidem e de fortalecer a Compesa, que tem sido abandonada nos últimos anos.