Por Fernanda Strickland e Taísa Medeiros/Correio Brasiliense
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, conversou com trabalhadoras domésticas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP) neste domingo (04). O petista recebeu das trabalhadoras uma carta com as demandas da categoria, caso ele seja eleito o novo presidente do Brasil.
Lula focou seu discurso em temas como saúde e educação. No tema da saúde pública, Lula destacou as dificuldades para atender as especialidades de atendimento e defendeu a proposta de aumentar a receita do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniar a rede de especialistas à estrutura pública.
“Quando você for, e o médico pedir especialista, se na sua rua tiver especialista, é lá que você vai. Você não precisa ficar esperando. A maioria das pessoas fica esperando e nunca são atendidas. Morrem sem ser atendidas pelos especialistas. Para isso vamos precisar melhorar a receita para poder ter mais dinheiro para colocar no SUS, e vamos ter que aumentar a taxa que o SUS paga, porque às vezes o SUS paga bem para uma área, paga mal para a outra”, apontou.
Lula voltou a destacar a importância das mulheres para o país, movimento que vem fazendo nos últimos dias. O ex-presidente disse sentir orgulho de ter indicado a primeira mulher para a presidência da República.
“A Dilma (Rousseff) foi tirada do governo por uma sacanagem, foi tirada por uma bicicletada que ele (o presidente Jair Bolsonaro) disse que ela deu”, afirmou. “O tal do cara que votou para tirar ela, nem bicicletada dá: dá motociata, todo dia tem motociata. Motociata ou cavalgada. Você percebeu que ele não tem coragem de fazer comício? E quando ele vai é para fazer comício com os militares, com os militantes dele. Ou seja, ele não se mistura com o povo pobre porque ele sabe que ele mente demais”, criticou.
O candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, endossou o argumento de seu companheiro de chapa dizendo que um bom governo começa pela campanha. “E programa de governo se faz assim, ouvindo, dialogando e participando e não fazendo motociata nem jet ski, mas sim junto com a população”, afirmou. “Dia 2, na democracia quem manda é o povo, é o povo que escolhe. Como é que se pode escolher quem é contra a democracia? Que é contra ao voto, e não apenas à urna eletrônica, mas também contra ao voto popular”, questionou o vice de Lula.
Alckmin também falou que eleição é comparação. “Em relação à educação, nós tivemos cinco ministros da educação neste período aí do Bozo, o que fez a educação andar para trás. Já o Lula será o presidente da primeira infância”, afirmou.
Sobre educação, Lula defendeu, ainda, mais qualidade no ensino público e a expansão das vagas no ensino superior.
“Vocês imaginam que quando nós chegamos no governo só tinha 3,5 milhões de meninas e meninos na universidade. Quando nós saímos já tinha 8 milhões. E eu quero que tenha 20, que tenha 15, que tenha 30 (milhões). Quanto mais tiver, melhor”, frisou. “Investir na formação de uma criança é o mais importante investimento que um país pode fazer no mundo”.
Sobre seu principal oponente, o ex-presidente o criticou chamando-o de mentiroso — especialmente no que tange à religião.
“A maior mentira que ele conta por dia é avocar Jesus toda hora. Vocês aqui, devem ter evangélicas, vocês sabem nos olhos dele que ele tá mentindo. Ele usa o nome de Jesus em vão, que é para tentar enganar a boa-fé das mulheres e dos homens cristãos desse país. Nós queremos estabelecer outra relação com a sociedade”, disse.