João Victor Paiva- Diario de Pernambuco
Após declarar neutralidade na disputa pela presidência da República, numa transmissão ao vivo feita nessa quarta-feira (12), Raquel Lyra (PSDB) utilizou as redes sociais para marcar distância do bolsonarismo. Na sequência do anúncio, a tucana publicou uma imagem onde aparecia com a camisa e materiais da campanha de Leonel Brizola, nos anos 1980, em alusão ao Dia das Crianças. Já nesta quinta (13), a candidata ao Governo de Pernambuco divulgou um vídeo onde afirma que o seu lado é o da democracia.
Antevendo as críticas de parte do eleitorado, que viu na ausência de posicionamento uma conivência com os arroubos autoritários do presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-prefeita de Caruaru aproveitou a data comemorativa para postar uma foto ainda criança com a camisa de Brizola, candidato à presidência em 1989. Naquele ano, o fundador do PDT disputou o cargo tendo Fernando Lyra, tio de Raquel, como candidato a vice.
A imagem de Fernando — que ocupou o Ministério da Justiça no governo de José Sarney (MDB) — também foi utilizada em vídeo publicado nesta quinta. “Raquel aprendeu em casa o valor da democracia. Seu avô [João Lyra Filho] foi um dos fundadores da Frente Democrática e o tio [Fernando Lyra] foi ministro da Justiça na redemocratização do país”, diz a peça. O narrador também pontua que “democracia e justiça social movem a carreira de Raquel”.
“Eu não vou abrir meu voto para presidente da República. Eu não vou declarar apoio a presidente da República. Eu vou trabalhar, incansavelmente, por Pernambuco”, declarou Raquel na live desta quarta.
Adversária da tucana, Marília Arraes (SD) vem tentando colar o rótulo de bolsonarista em Raquel como principal arma num dos estados em que Lula (PT) obteve a maior vantagem sobre Bolsonaro. Em coletiva após o resultado do primeiro turno, a deputada disse que “Pernambuco vai decidir entre um caminho com propostas alinhadas […] ao que o presidente Lula quer fazer no Brasil e um bolsonarismo pintado com outras cores”.
No primeiro turno da disputa presidencial, a tucana apoiou Simone Tebet (MDB). Com a medebista fora do segundo turno, a candidatura do PSDB chegou a flertar com a campanha lulista, mas Raquel não teria se mostrado disposta a apoiar o ex-presidente.
Ficando em cima do muro a tucana não melindra os apoios que vem recebendo de apoiadores do presidente, e também não assusta o eleitorado progressista que pretende votar nela.