Foto: Taylinne Barret/DP

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Em almoço a portas fechadas no Recife com líderes de movimentos conservadores e empresários, organizado pelo Fenasp (Fórum Evangélico Nacional de Ação Política) o candidato à presidência no primeiro turno, Padre Kelmon (PTB), reforçou a agenda bolsonarista e reiterou o seu apoio incondicional ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. Seguindo a já conhecida agenda de pautas dos bolsonaristas, Kelmon se posicionou contra o aborto, a legalização das drogas e a ideologia de gênero. 

Durante seu discurso, o político afirmou que os cristãos e líderes religiosos teriam “obrigação”, de se posicionar contra o voto no ex-presidente Lula (PT), julgando que o petista é um contraponto a todas as agendas que a igreja defende, sem entrar em detalhes. “Nós (cristãos) somos 84% do Brasil. Se Lula ganhar, o nosso cristianismo é fake”, afirmou o Padre Kelmon. Em outro momento, julgou necessária a mobilização dos líderes religiosos presentes no local: “Os padres e pastores precisam arregaçar as mangas e começar a bater nas portas. A esquerda está organizada, corrompendo, comprando. Estão fazendo de tudo, um inferno na terra, pois sabem que se perderem as eleições, nós tomaremos as rédeas e eles não retornarão nem tão cedo”, enfatizou. 

Padre Kelmon (PTB) falou para empresários e representantes de movimentos conservadores no Recife. Foto: Taylinne Barret/DP.

Caso Roberto Jefferson

Após falar aos apoiadores presentes, o Padre Kelmon (PTB), concedeu uma entrevista à reportagem deste blog. Tanto Kelmon como a sua equipe insistiram para que o Luiz Cláudio Gamonal (PTB), que foi candidato a vice do líder religioso na disputa à presidência da República participasse da conversa: “Eles estão caminhando juntos em todos os momentos”, afirmou uma das organizadoras do encontro. Entre os diversos temas abordados, o padre foi perguntado a respeito do acontecimento da última semana envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que atirou contra policiais federais após ter contrariado a ordem de prisão emitida pelo presidente do TSE e ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em primeiro momento, tentou passar a bola para Gamonal, que também estava presente no dia do incidente na casa do ex-deputado bolsonarista e presidente nacional do PTB. Com certa resistência, deu o seu aval sobre a questão: “Roberto (Jefferson) estava passando por um momento de acúmulo de tensão. O Brasil sabe que ele está preso de forma indevida a mais de um ano por emitir sua opinião. No nosso país não existe crime de opinião (…) É um homem de 70 anos, com a saúde debilitada (…) A tensão e a pressão psicológica o fizeram não aceitar mais essa injustiça”, afirmou. “Não estou justificando, mas apenas afirmando tudo aquilo que pude perceber e ver. Acredito que tudo isso foi uma grande panela de pressão que em um determinado momento explodiu, e explodiu desta forma. Roberto não atirou em nenhuma pessoa, ele apenas deflagrou cinquenta projéteis contra uma viatura policial”, finalizou. 

Vale lembrar que, inicialmente, a ideia do PTB era lançar o próprio Roberto Jefferson como seu candidato à presidência, com o Padre Kelmon representando como vice na chapa, numa estratégia para “balancear” os debates televisivos em favor de Jair Bolsonaro (PL). A justiça eleitoral, no entanto, entendeu que por cumprir prisão domiciliar, o ex-deputado estaria inelegível. Foi desde então que o padre assumiu a posição de candidato e ganhou destaque entre os bolsonaristas após os ataques ao ex-presidente Lula (PT) no debate realizado pela Globo no primeiro turno. Nas urnas, Padre Kelmon (PTB) alcançou menos de 0,1% dos eleitores, com a marca de 81.129 votos. 

A agenda do ex-candidato à presidência bolsonarista teve início na última quinta-feira (27) em Petrolina. hoje (28), passou pelo Recife. Pela manhã do sábado (29), participa de um café da manhã na Igreja Batista do Largo da Paz, ainda na capital pernambucana. De lá, segue para Caruaru, onde finaliza as suas agendas junto à Fenasp no estado. 

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