Francisco Artur – Correio Braziliense
Na COP27, realizada no Egito, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que vai programar para o próximo ano uma reunião com os povos indígenas de países que têm trechos da floresta Amazônica.
O objetivo, segundo Lula, é discutir com as comunidades nativas propostas de auxílio financeiro para ações de combate ao desmatamento e apresentá-las às nações ricas.
“Queremos saber quanto vão nos pagar para a gente cuidar da terra que muita gente não cuidou quando poderia. E isso será a obrigação de todos do planeta Terra. Não estamos pedindo favor a ninguém”, afirmou o futuro chefe do Executivo, em reunião com povos indígenas do mundo.
Além do Brasil, abrigam a floresta amazônica Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
No evento, Lula não deu detalhes da criação e do nome do grupo que cobrará auxílio financeiro de países ricos. Na quarta-feira, no entanto, ele anunciou o interesse do Brasil na fundação da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica.
O futuro chefe de Estado também se disse interessado em ouvir as demandas das populações indígenas do restante do mundo e dos povos mais pobres. “Temos de mudar a forma de quem governa. O povo pobre e os indígenas são tratados como se fossem números. Essa visão, teremos de mudar, temos que ter obrigação moral, ética de reparação aos indígenas. Essas pessoas não podem ser tratadas como gente de segunda classe”, frisou.
Após o encontro com lideranças indígenas, Lula participou de reunião com o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, com o objetivo de discutir a reativação do auxílio de R$ 2,95 bilhões para o Fundo da Amazônia no início do próximo ano. O recurso é destinado ao combate ao desmatamento.
A Noruega bloqueia a verba desde 2019, por discordar da política ambiental do governo Bolsonaro. Logo após o anúncio da vitória de Lula.