No último trimestre do ano, as escolas geralmente anunciam o reajuste do valor da mensalidade para o próximo ano. Muitos pais ficam apreensivos por não saber se terá como arcar com mais um aumento no orçamento, principalmente em tempos onde o desemprego está em alta. Uma pesquisa recente que ouviu cerca de 170 mil pais de todo Brasil, apontou que uma em cada dez famílias pretendem trocar os filhos de escola por motivos financeiros. Para 2023, renegociar os valores da mensalidade escolar é muito compreensível, e o presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, André Morais, dá dicas a respeito. “As famílias evitam negociar e deixam de economizar muitas vezes por timidez. É preciso ter em mente que o futuro dos filhos está em jogo. É fundamental priorizar e planejar o investimento na educação, por isso não é para ter medo de conversar com o financeiro da escola e pedir descontos. Os dois lados devem chegar a um bom senso. Mas também é claro que a escola tem um limite de negociação que ela não consegue exceder”, explicou André Morais.
Mesmo sendo difícil definir um percentual de desconto, por se tratar de algo particular de cada instituição, normalmente esses descontos variam entre 5% e 10%. Teoricamente, quanto menor a mensalidade, menos espaço a escola terá para oferecer um desconto. Quando o espaço é maior e tem mais alunos, o orçamento é mais flexível.
Ainda de acordo com André Morais, essa negociação depende da flexibilidade e sensibilidade de cada escola. “Tem escolas que são mais abertas e flexibilizam valores, oferecendo descontos, bolsas ou parcerias. Porém, isso é liberalidade da escola, não é algo previsto em lei. Por exemplo, algumas famílias com mais de um filho costumam receber algum desconto e uma redução para o segundo, o terceiro e assim por diante se tiver mais. Contudo, nem todas as escolas dão essa opção”, apontou.
Aspectos levados em conta na hora de negociar a mensalidade
Antes desse encontro com a escola atual dos filhos, vale fazer uma pesquisa em outras com qualidade equivalente, para ter um parâmetro de valores e assim contar com mais argumentos na hora de negociar. Vale se informar também das inovações e benefícios que a escola oferece para o ano letivo.
Alguns pontos devem ser levados em conta no momento da renegociação, como: calcular o valor máximo a pagar, apresentar documentos que apresentem perda de renda e reforçar o perfil de bom pagador.
Segundo André Morais um outro ponto importante é saber o que pode entrar no reajuste da mensalidade escolar. “As instituições privadas de ensino podem cobrar anuidade pela prestação de serviços educacionais e isso feito no momento da matrícula ou da sua renovação. A base desse valor é a parcela da última mensalidade fixada no ano anterior multiplicada pelo número de parcelas do ano letivo que irá iniciar. Sobre esse valor base, a escola poderá acrescentar uma correção percentual que deverá ser proporcional ao aumento de despesas com funcionários, despesas gerais e administrativas e investimentos em atividades pedagógicas”, finalizou André Morais.