Estado de Minas
“Fiquei com muita gana de lutar”, foi o que respondeu a ministra da Igualdade Social, Anielle Franco, após ser questionada sobre a morte da irmã dela, Marielle Franco. Em entrevista ao Estado de Minas, a ministra afirmou que não se imaginava como chefe de pasta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A morte de Marielle Franco completa cinco anos em 2023 sem que se saiba quem mandou matar a vereadora de 38 anos, filiada ao PSOL. A política foi assassinada a tiros em um atentado contra o carro enquanto se deslocava, na região central do Rio. O motorista de Marielle, Anderson Gomes, também morreu no ataque.
“Não imaginei que me tornaria ministra. Preciso confessar que não. Acho que muita coisa que aconteceu após a morte da Mari, jamais imaginei que eu pudesse passar o que eu fosse passar. Na verdade, assim, eu, após perder a minha irmã, que era a minha melhor amiga, minha confidente, eu confesso a vocês que eu fiquei com muita vontade, muita gana de lutar, principalmente pela população negra, mas em momento nenhum passou pela cabeça virar Ministra de estado”, disse.
Anielle é irmã de Marielle. Após o episódio, ela, que é jornalista de formação, criou o Instituto Marielle Franco.
Com larga experiência e trajetória como ativista das questões de raça e gênero no Brasil e os desdobramentos desses termos na violência política do país, a ministra assume o compromisso de, de fato, incluir e lutar pela população preta na pauta do governo federal.
“Se eu sou, hoje, a mulher que eu sou, eu devo muito a ela [Marielle] e a minha mãe porque foram as mulheres que me moldaram, que me criaram, que me ensinaram a não abaixar a cabeça, nunca desistir dos meus sonhos e a lutar pelos meus ideais. E foi com elas, também, que eu ganhei o amor pela educação, e com elas que coloquei na minha cabeça que o meu conhecimento ninguém tira. Então, se eu pudesse também já aproveitar e deixar uma mensagem para quem está lendo: A gente é exatamente isso, assim. Acho que o nosso conhecimento ninguém tira. A gente tem que olhar pros nossos sonhos, nossos espaço”, disse.