22 de novembro de 2024
Foto: Evaristo Sá/AFP

Foto: Evaristo Sá/AFP

Compartilhar:

Por: Estado de Minas

O senador Sérgio Moro (União Brasil) usou o Twitter na manhã do último sábado para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Resumo da semana: Lula já sabe que, em substituição à picanha, entregará inflação e juros altos. Ao invés de olhar no espelho, tenta transferir a culpa pelos seus erros ao presidente do Bacen [Banco Central] e às metas da inflação. Congresso não apoia mudança no Bacen. Muito barulho por nada”, postou Moro.

No seu “resumo da semana”, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL) aproveita dois ganchos para fazer oposição a Lula.

Primeiro, a promessa de campanha de Lula de que em seu governo “o povo voltaria a fazer churrasco com picanha”. E, nesta semana, o agora presidente fez duras críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e sua política monetária ancorada na taxa selic de 13,5% ao ano, hoje a maior taxa de juros do mundo, de acordo com levantamento feito pela Infinity Asset Management, que inclui 156 países.

Entenda as críticas

Lula disparou contra Campos Neto – indicado por Jair Bolsonaro para assumir a presidência do BC, que, desde o ano passado, ganhou do Congresso Nacional autonomia e independência do governo federal em sua gestão-, por considerar que a taxa de juros está cima do razoável, significando sobretudo empecilho para novos investimentos no Brasil.

Nos bastidores do governo Lula, há também um certo mal-estar pelas ligações de Campos Neto com o bolsonarismo, em vez de manter a independência no cargo, que  deverá deixar em 2024.

Campos Neto votou nas eleições de outubro usando a camisa da Seleção Brasileira, que a partir do governo Bolsonaro ficou associada também à extrema-direita. Além disso, o presidente do BC é acusado por governistas de se manter ativo em grupos de redes sociais ligados ao bolsonarismo, em especial o WhatsApp.

Por outro lado, Moro tenta se manter à tona em seu partido como oposição a Lula, o União Brasil, fusão do ex-partido de Bolsonaro, o PSL, e o DEM, antigo PFL, que deixou de ser PDS, partido que atuou durante a ditadura militar.

O União Brasil hoje está rachado. Parte da agremiação não concorda em participar do governo Lula. A legenda, lidera por Luciano Bivar, ex-aliado de Bolsonaro e ex-liderança do PSL.

O União Brasil tem 59 deputados eleitos e dez senadores. Nos ministérios, o União Brasil pleiteou e ganhou três pastas: Daniela de Souza Carneiro (“Daniela do Waguinho”) no Turismo e Juscelino Filho para as Comunicações. Apesar de ser do PDT, Waldez Goés foi indicado pelo União Brasil, segundo Lula, e comanda a pasta de Integração Nacional.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.