22 de novembro de 2024
Foto: Edson Holanda / PCR

Foto: Edson Holanda / PCR

Compartilhar:

O engasgo é um problema comum que pode acontecer com qualquer pessoa durante uma refeição ou ao ingerir líquidos. Embora geralmente não seja grave, em alguns casos pode levar a complicações sérias, como asfixia. E, apesar de os adultos também estarem suscetíveis a esse tipo de episódio, bebês e crianças pequenas são quem mais sofre. Por isso, o Samu Metropolitano do Recife reforça a importância de todos conhecerem medidas de prevenção e, especialmente, os primeiros socorros para esses casos.

“É importante saber que o engasgo ocorre quando um objeto ou alimento fica preso na garganta, bloqueando a passagem de ar. Isso pode acontecer por várias razões, como comer rapidamente, engolir pedaços grandes de comida, beber líquidos em excesso, falar ou rir enquanto come, entre outros”, detalha o coordenador geral do Samu Recife, Leonardo Gomes.

Alguns sinais podem indicar que uma pessoa está engasgada. Entre eles, tosse intensa, dificuldade de respirar e falar, rosto avermelhado ou arroxeado (devido à falta de oxigênio), olhos lacrimejando. Para evitar os engasgos de formas comuns, pode-se seguir algumas dicas, como comer devagar e mastigar bem os alimentos; evitar falar ou rir enquanto come; beber líquidos em pequenos goles e evitar ingerir alimentos duros ou difíceis de mastigar. Além disso, é importante estar atento às crianças para impedi-las de colocar na boca objetos que possam ser engolidos e provocar o engasgo.

“No caso de engasgo, a agilidade no socorro é fundamental. A primeira medida a ser tomada é tentar fazer a pessoa tossir para expelir o objeto ou alimento preso na garganta. Caso isso não seja eficaz ou o indivíduo apresente sinais de sufocamento, é de extrema importância acionar ajuda do Samu ou Bombeiros. Enquanto isso, ainda é possível fazer algumas manobras para tentar auxiliar o desengasgo”, reforça o gestor. Para acionar o Samu, basta ligar 192.

As manobras para auxiliar no desengasgo variam de acordo com a idade da pessoa e a gravidade da situação. Em bebês e crianças pequenas, por exemplo, é necessário realizar manobras específicas para desobstruir as vias aéreas. Com o bebê colocado de bruços, com a cabeça apoiada em uma mão e o corpo no antebraço, a manobra consiste em dar “palmadas” firmes nas costas, entre as escápulas, até que seja expelido o que impede a passagem de ar.

Já para adultos ou crianças maiores, uma técnica é a “manobra de Heimlich”. A pessoa deve se posicionar em pé e quem for prestar o socorro deve se posicionar atrás dela. Os braços se passam em volta da cintura, com uma mão sobre a outra, e deve-se fazer compressões abdominais firmes para dentro e puxando para cima. A técnica pode ser repetida até que o objeto ou alimento seja expulso.

Essas são algumas das técnicas que podem ser utilizadas para socorrer vítimas de engasgos. E Gomes alerta para a importância de se ter treinamento e orientações corretos para realizá-las. “Ter conhecimento sobre esses métodos é fundamental para ter êxito no socorro, pois pode ser um risco realizá-los de forma inadequada”, destaca.

Lei Lucas

Foi pela necessidade de passar conhecimento de primeiros socorros a quem lida diretamente com crianças que, em 2018, o Governo Federal sancionou a Lei Lucas (13.722/18), que obriga, em âmbito federal, escolas, públicas e privadas, e espaços de recreação infantil a se prepararem para prestar os atendimentos iniciais em situações de emergência, como engasgos, desmaios, crises convulsivas e paradas cardiorrespiratórias. “Ter preparo para esse tipo de situação pode garantir uma resposta rápida e eficiente dos funcionários, aumentando as chances de sucesso nos primeiros socorros até a chegada dos profissionais de saúde”, completa Leonardo.

No Recife, todas as escolas e creches da Rede Municipal de Ensino já passaram por esse tipo de capacitação. Isso porque o projeto Samu nas Escolas, conduzido pelo Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Samu Recife, leva palestras que abordam o protocolo em Reanimação Cardiorrespiratória – RCP (voltado aos alunos do 5º ano) e primeiros socorros (alunos do 2º e 3º anos do Ensino Fundamental), além de abordar a importância de se evitar trotes para os serviços de emergência. Em 2018, os professores e auxiliares passaram por treinamento em RCP e desobstrução de Vias Aéreas em Pediatria nas creches cadastradas no Programa Saúde na Escola. Ao todo, o Samu nas Escolas já realizou mais de 200 visitas a escolas e creches municipais, contabilizando mais de dez mil alunos treinados.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.