Foto: Pedro França/Divulgação

Compartilhar:

Ândrea Malcher – Correio Braziliense

As atrizes e roteiristas que acusam o humorista Marcius Melhem de assédio sexual no ambiente de trabalho se reuniram, na terça-feira (4), com a ministras das Mulheres, Cida Gonçalves, e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, para debater uma nova lei que proteja vítimas deste tipo de violência. Durante o encontro, a ministra anunciou um grupo de trabalho interministerial para debater a iniciativa que contará com autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil.
Marcius Melhem é acusado pelas atrizes Dani Calabresa, Maria Clara Gueiros, Georgiana Goés, Veronica Debom, Renata Ricci, Karina Dohme e Carol Pontes, bem como pelas roteiristas Luciana Fregolente e Carolina Warchavcky, de assédio sexual e moral enquanto era chefe de departamento de humor da TV Globo. O humorista, que foi demitido após apuração do setor de compliance da emissora, é atualmente investigado por sua conduta pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. “A lei será um avanço para que essas diretrizes tornem-se regras claras, com direitos e deveres para que o combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho seja efetivo. Não é por acaso que chamamos de ‘lei Somos Muitas’”, comenta a advogada Mayra Cotta, que representa as vítimas em um processo judicial que corre em sigilo no Rio de Janeiro.
“Assédio sexual, infelizmente, é algo que acontece diariamente em inúmeros locais de trabalho e não pode ser tratado como casos isolados e, por isso, não estamos aqui para tratar de um caso específico. Temos que combater o problema e preveni-lo à altura”, completa.
A convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que reconheceu em 2019 a violência e o assédio, inclusive de gênero, como violações dos direitos humanos e graves ameaças à igualdade de oportunidades no mercado, é a base para a nova lei. No documento do órgão estão previstas diretrizes para o combate da violência contra mulheres, como o que se entende por assédio no ambiente profissional e quais medidas devem ser tomadas para a prevenção e trato de casos do tipo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já encaminhou ao Congresso Nacional a convenção para que o país se torne signatário.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.