21 de novembro de 2024
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Renan Franza – Diario de Pernambuco

A discussão sobre as reformas no Novo Ensino Médio (NEM) fez lotar o auditório Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O tema foi abordado pelo presidente da Comissão de Educação da Casa, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB). O NEM entrou em vigor nas escolas em 2022 e propôs drásticas mudanças para os alunos e professores das escolas públicas e privadas do país, entre elas: alterações na grade curricular, carga horária e itinerários formativos.
A senadora Teresa Leitão (PT) e a secretária estadual de Educação e Esportes, Ivaneide Dantas, participaram da audiência junto a representantes de 10 entidades ligadas ao setor educacional de Pernambuco, entre eles, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). 
“O primeiro aspecto que é destacado quando se para refletir a respeito dessa reformulação proposta é exatamente a ausência de um debate mais aprofundado sobre o tema, que ouvisse toda a comunidade envolvida e todos aqueles que lidam com essa questão”, disse Waldemar Borges, ao presidir o encontro do colegiado.
Ivaneide Dantas enfatizou ser preciso ter muita atenção ao tema, ao observar que os estados estão em patamares e velocidades diferentes na implementação do Novo Ensino Médio. “Esperamos que a solução seja a melhor possível para toda a comunidade escolar”, concluiu a secretária.
A senadora Teresa Leitão foi dura nas críticas ao novo sistema. “O que foi feito na LDB [Lei de Diretrizes e Bases] no governo [do ex-presidente Michel] Temer (MDB) foi um acinte à valorização profissional. Acredito que tem gente que conseguiu fazer bem essa implementação, mas tem muita coisa errada. Não é ideologia dizer que os estudantes de escolas públicas vão ficar com a formação precarizada. Essa reforma do jeito que está não ensina e não dá oportunidades para ler o mundo”, ressaltou.
Também estiveram presentes na discussão os deputados estaduais Doriel Barros (PT), Rosa Amorim (PT), João Paulo (PT), Renato Antunes (PL), William Brígido (Republicanos) e Dani Portela (PSol).


OUTRO LADO
Ex-ministro da Educação no governo Michel Temer, o deputado federal Mendonça Filho (UB) discordou do tom que foi dado durante a discussão na Alepe. “O ‘velho ensino médio’ representa uma tragédia social na educação do Brasil. O Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] estava estagnado há mais de 10 anos. E internacionalmente, o nosso país sempre ocupa as piores posições nos rankings”, pontuou. “O PT quer interromper a transformação da educação em nível médio para colocar o quê no lugar? Nenhum país desenvolvido no mundo aplica o que o atual governo quer ter de volta. Vou lutar no Congresso Nacional para que possamos preservar as medidas de avanço na educação”, finalizou.

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