22 de novembro de 2024
Foto: MDB/Divulgação

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Por Vinicus Doria/Correio Braziliense

Depois de 13 meses, o PSDB, finalmente, decidiu o rumo que irá tomar nas eleições presidenciais deste ano. Em votação folgada, a Comissão Executiva do partido aprovou, ontem (8), a coligação com o MDB, em que vai oferecer à senadora Simone Tebet (MS) um nome para compor — na vaga de vice — a chapa da terceira via à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Desde que o partido anunciou, em abril do ano passado, a convocação de prévias para escolher o nome que iria disputar a corrida presidencial, os tucanos se digladiam por causa de posições divergentes e, até, antagônicas. A solução aprovada pela cúpula do partido, com o reforço das bancadas na Câmara e no Senado, não fugiu do script. O apoio à tríplice aliança com MDB e Cidadania foi majoritário, mas interesses estaduais ficaram fora dos debates.


Dos 45 membros da chamada Executiva Ampliada (com a participação dos parlamentares que não têm assento na Executiva Nacional), 39 votaram pela coligação com o MDB e o Cidadania. Os dissidentes, em especial a bancada de Minas Gerais — unânime na reprovação da aliança com Tebet —, somaram seis votos — houve ainda uma abstenção.

Após quatro horas de reunião, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, anunciou o resultado e elogiou o esforço em favor da união do autodenominado centro democrático. “O PSDB abriu mão de uma história, de uma candidatura própria, para preservar o que é mais importante, que é oferecer alternativas para o eleitor”, disse Araújo.

O nome que os tucanos oferecerão à vaga de vice-presidente não foi objeto de deliberação. Mas há um entendimento para que o senador Tasso Jereissati (CE) assuma a missão de caminhar ao lado de Tebet.

Dissidência

A ala que defende a tese da candidatura própria voltou a propôr, na reunião, o nome do ex-governador gaúcho Eduardo Leite para disputar a Presidência. Mas foi vencida.
“Temo que, em vários estados do Brasil, o PSDB tenha enorme dificuldade de caminhar com a candidatura do MDB”, alertou o deputado Aécio Neves (MG), porta-voz do grupo dissidente. Ele deixou a reunião antes do resultado, indicando que a disputa interna pode se prolongar até as convenções partidárias — entre o fim de julho e o começo de agosto. E disse temer que o acordo “não tenha correspondência nas bases do PSDB, “que hoje já se dividem entre votar em Lula ou em Bolsonaro”.

Para que o racha tucano não se aprofundasse, muitos defensores da candidatura própria acabaram apoiando a terceira via. Como o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que não é da Executiva, mas fez questão de expor seu ponto de vista aos correligionários.
Ele também queria que Eduardo Leite fosse indicado candidato do partido, por ter sido o segundo colocado nas prévias partidárias vencidas pelo ex-governador de São Paulo João Doria, que abdicou da disputa por falta de apoio interno. “Tenho certeza de que, se houvesse uma convocação, o governador Eduardo aceitaria ser o candidato à presidente”, lamentou.
No início da noite, Bruno Araújo e os presidentes do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e do Cidadania, Roberto Freire, reuniram-se por videoconferência com Tebet, que está de quarentena por ter testado positivo para Covid-19, para acertar “os próximos passos do grupo”, segundo nota divulgada pela assessoria.

“Sabemos da responsabilidade. Estamos prontos. Com coragem e amor, vamos reconstruir o Brasil. Recebo com alegria e imensa honra o apoio do PSDB à nossa candidatura”, postou a pré-candidata em suas redes sociais.

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