Sopão e cesta básica: para matar a fome

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Eram quase 15h, quando a dona de casa Suzana das Dores Lurdes, 38 anos, e os três filhos não tinham feito sequer uma refeição no dia 11 de novembro passado. Moradora do bairro do Honga, periferia de Luanda, ela era uma das pessoas que esperavam pelo sopão doado pela Comunidade Obra de Maria. As crianças de 14, 4 e 7 anos também não haviam comido nada naquele dia. “Meu marido está desempregado. A sopa veio em boa hora”, disse agradecida ao receber o alimento.

Foram 45 quilos de sopa servidas no lugar. Desde o ano passado, as comunidades das cinco capelas ligadas à Obra de Maria são beneficiadas com o sopão. No início, o alimento era servido apenas uma vez por mês, depois passou a ser entregue toda semana. Refeição que ajuda a matar a fome das crianças em angolana. O preparo do alimento já começa de véspera com o cozimento de 20 quilos de feijão. Os ingredientes são todos doados por comerciantes, empresários e membros, profissionais liberais, pessoas com menor poder aquisitivo e membros da própria obra. Todos querem colaborar, independentemente da quantidade dos produtos.

Judite da Clemência Muto Cabral, responsável pelo preparo do Sopão, explica que as doações já chegam na véspera. “Graças a Deus, nunca faltou um ingrediente. Quando está pouco, um de nossos irmãos completa”, falou. A sopa é feita com pedaços de legumes e vegetais folhosos. É encorpada e saborosa. Além do feijão, leva cenoura, repolho, couve, tomate, cebola, alho, azeite, folha de louro e chouriço de porco.

Todas as verduras são lavadas e higienizadas antes de irem para o fogo. “A gente faz um mutirão com a ajuda de outras mulheres da comunidade para cortar os legumes e juntar tudo no caldeirão para cozinhar”, informou a angolana, que é membro consagrada da Obra de Maria há oito anos. Geralmente, a sopa é distribuída com pão francês, também vindo de doações. Quando os carros que transportam o alimento chegam às comunidades, o povo já espera na fila com vasilhames nas mãos.

Além da sopa, também são entregues por semana 150 cestas básicas. A prioridade são os mais necessitados, idosos e famílias com crianças doentes. Uma das beneficiadas foi Adelaide Chilombo, 90, que sofre com febre tifóide. Quem recebeu os alimentos foi o neto dela. A cesta contém arroz, massa de milho e óleo, além de bolacha.

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