Em plena época de repressão, ter cabelo comprido poderia ser um atestado de revolucionário. Se for padre e pilotar uma lambreta, poderia ser monitorado pelas forças de segurança. No dia 1º de outubro de 1968, o Diario de Pernambuco publicou uma reportagem curiosa do correspondente de Petrolina, Reinaldo Belo [sim, é o radialista que faz sucesso no Recife até hoje] sobre a decisão do vigário da cidade banhada pelo Rio São Francisco, Reginaudo [sic] Góis de Aquino.

O texto de Reinaldo Belo é curto, mas rendeu abrir a página dedicada às notícias do interior. Atendendo a pedidos, o padre Reginaudo cortou a sua vasta cabeleira, “que já ultrapassava a de Roberto Carlos e assemelhava-se à dos famosos Beatles”.  Mesmo com o cabelo à escovinha, ele garantia que iria continuar frequentando encontros de jovens e combatendo as injustiças sociais, sempre de lambreta.  Parecia personagem de Stanislaw Ponte Preta. Mas era real.

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