Em 19 de dezembro de 1965, o Diario de Pernambuco publicou uma reportagem relatando a briga ferrenha dos estados de Pernambuco, Ceará e Pará por uma refinaria da Petrobras. O país, em plena ditadura militar, estava crescendo e a frota de automóveis já precisava de mais combustíveis. Em relação a Pernambuco, apesar de sua posição estratégica, faltava um porto com capacidade para receber petroleiros com até 30 toneladas de carga. Suape era ainda um sonho riscado no papel.

Quase 50 anos depois, a realidade é outra. Suape é uma realidade e a refinaria, que recebeu o nome de Abreu e Lima, encontra-se com 64% das obras executadas. Claro que nem tudo é um mar de rosas. Os operários – 54 mil, contando com os da petroquímica – estão de braços cruzados, reivindicando equiparação de salários. É uma situação, no entanto, que será resolvida, cedo ou tarde.A Petrobras prevê o início de operação da refinaria a partir de 2014. O Nordeste, que cresce em ritmo mais acelerado que a média nacional, tem sede de combustível. Do papel de 1965, quem sabe qual será a plataforma que trará a notícia de forma primordial?