A capa do Diario de Pernambuco do dia 7 de março de 1978 trazia muitas chamadas interessantes: Nunes, o centroavante do Santa Cruz, revelava que havia sido bem recebido pelos colegas de Seleção como Rivellino, Zico e Jorge Mendonça, além de se tornar garoto propaganda da Adidas recebendo o fabuloso cachê de US$ 5 mil. “Um negócio espetacular”, afirmava ele. Um astrólogo norte-americano garantia que Elvis Presley, falecido no ano anterior, havia sido vítima de uma “cama enfeitiçada”, que havia matado todas as pessoas que haviam dormido nela. A dita cuja havia pertencido anteriormente a Rodolfo Valentino. Jane Fonda queria entrar no munda política. E por falar nela, o senador Marcos Freire criticava a abertamente a “democracia” proposta pelo general João Baptista Figueiredo, que se tornaria o último presidente da ditadura militar.

Mas nenhuma notícia era tão impactante quanto a manchete do jornal naquele dia. O chefe do setor de repressão aos entorpecentes do Departamento da Polícia Federal de Pernambuco, Wladimir Catarelli, garantia que até o fim daquele ano o estado se veria livre das plantações de maconha. “A nossa principal meta é acabar com os pontos de produção, destruir as fontes produtoras, porque assim fazendo estaremos contribuindo para diminuir o número de toxicômanos no País”.

O resultado nós todos sabemos.