“Seus goals eram sensacionais, sua arte a mais perfeita. Driblava com facilidade e partia para o gol com decisão e tranquilidade. Foi ídolo em Minas durante pouco tempo e em Portugal por três anos. Alto e forte, acabava com as defesas adversárias, principalmente as européias, com sua ginga de malandro carioca e passista da Mangueira. No auge de sua forma em Portugal dava estupendos shows para a mais alta sociedade e ganhava muito dinheiro.

Caiu tão rápido quanto subiu. Ainda na Europa passou a ser um negro que ficava nu para sobreviver. Hoje, Jorge de Souza Mattos, o Jaburu, um dos maiores craques que o futebol português já viu e um ídolo que o América Mineiro teve, está pobre, viciado e sem esperanças no Rio de Janeiro. Vive de caridade depoliciais da 29ª Delegacia”.

No dia 2 de novembro de 1972, o Diario de Pernambuco dedicou uma página inteira de sua editoria de Esportes para contar a ascensão e queda de Jaburu. O drama do craque servia para colocar em discussão a questão da aposentadoria do jogador de futebol. Cinquenta anos depois, a situação mudou bastante, mas histórias como essa continuam a preencher as páginas de jornal. Basta mudar o nome.