Dois fatos, duas histórias diferentes. Uma alegre e outra triste. Mas ambas de extrema relevância que mereciam manchete. O dilema está criado. A morte do arquiteto Oscar Niemeyer na noite de ontem, justamente no dia em que o frevo foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, criou um desafio para o jornal.

Em primeiro lugar, a correria para mudança de páginas e configurações já bem perto do deadline. Entraram em ação a diretoria de redação, o comercial e o industrial. Resolvido o problema de espaço para acomodar Niemeyer, vem a questão do conteúdo. Entram em ação o editor de Brasil e Mundo, Diogo Carvalho, o editor executivo Paulo Goethe e o ilustrador Jarbas Domingos, além dos diagramadores Benedito Carlos, Erandi Moreira e Kaio Leon. Eles se encarregam da produção das quatro páginas de Brasil que vão trazer o material sobre a morte do arquiteto. O editor de fotografia Gil Vicente também se esforça para fornecer as imagens. Na internet, os editores Andrea Pinheiro, Gabriel Trigueiro e Edilson Segundo atualizavam as notícias. A repórter Alice de Souza e os estagiários Tauan Saturnino e Érica de Paula davam apoio na redação e na internet, além das redes sociais.

Enquanto isso, o dilema sobre a primeira página começa a ser discutido. A capa sobre o frevo já estava desenhada e era essa.

A capa sobre a morte de Niemeyer também já havia sido desenhada pelo editor de arte Christiano Mascaro, em conjunto com os editores de capa Fred Figueiroa e Humberto Santos. Afinal de contas, Niemeyer estava internado há algum tempo. Sabíamos que a notícia fatídica poderia vir a qualquer momento e é bom se antecipar e planejar. A capa era essa.

Mas a capa era monotemática. Não imaginávamos que, no mesmo dia, aconteceria um fato de igual relevância que também mereceria manchete. E agora? Os editores executivos, de arte e a diretoria de redação se reuniram para resolver o problema. A unanimidade foi de que não valeria a pena descaracterizar nenhuma das duas capas. A saída foi transformarmos a página dois do jornal em outra capa. Ou seja, o leitor seria contemplado com as duas ideias e os fatos ganhariam o mesmo peso. Assim , o Diario saiu, hoje, com duas capas.