Desde o início,a cobertura do caso Delma feita pelo Diario foi exemplar. Rendeu o prêmio Tim Lopes e a final do Esso. Hoje, os fatos confirmaram o que os repórteres do jornal já haviam antecipado. Parabésn a todos os envolvidos. Segue o texto da repórter Ana Cláudia Dolores da edição desta quinta-feira.

Uma família que veio da Itália para passar férias no Brasil e acabou sendo vítima de mais um episódio de violência no estado. A versão apresentada por Delma Freire para o trágico fim de Jennifer Kloker era para ser comovente e convincente. Mas a história caiu por terra. Delma foi traída por ela mesma: pela sua postura, suas ações e, principalmente, pelos rastros que deixou no caminho. A verdadeira face de Delma e dos Tonelli foi desvendada pela polícia durante a investigação e confirmada ontem em juízo pelos promotores. Pior. Foi confirmada pelas palavras da própria Delma.
Citando os depoimentos da filha de Delma, Roberta Freire, e do ex-presidiário contratado pela sogra da alemã para forjar a autoria do crime, os promotores afirmaram que Delma Freire, a quem chamaram de “mentirosa, depravada e dramática”, tramou a morte de Jennifer e tinha, inclusive, envolvimento com tráfico internacional de seres humanos.
As revelações revalidaram a investigação da polícia e também a apuração do Diario que, a todo tempo, esteve na mesma linha do inquérito policial, divulgando, em diversos momentos, informações em primeira mão a respeito do caso, em 2010. A cobertura jornalística foi reconhecida nacionalmente, tendo sido vencedora do Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo e finalista do Prêmio Esso de Jornalismo.
A promotora Ana Cláudia Walsmley pontuou, ontem, que Delma agenciava mulheres e travestis para se prostituírem na Itália. O próprio Pablo Tonelli foi agenciado pela mãe, que também tentou vender a filha Roberta a um marroquino em troca de euros. André Rabelo também foi contundente ao dizer que ela ama “dinheiro, prostituição, falsificar documentos e traficar pessoas”. No dia 27 de fevereiro de 2010, o Diario publicou que Pablo fazia programa na cidade de Riccione.
Em seguida, no dia 2 de março, uma fonte confirmou a participação de Delma em esquemas de prostituição e tráfico de pessoas. No dia seguinte, veio à tona a suposta ligação dela no caso do pernambucano Diego Augusto Santos Costa, 20, que foi se prostituir naquele país e acabou sendo encontrado morto em Milão.
Os maus-tratos sofridos por Jennifer nas mãos de Delma e dos Tonelli; o seguro de vida milionário, contratado poucos meses antes do crime, em nome da alemã e que beneficiaria o sogro, Ferdinando Tonelli, em caso de morte; os planos arquitetados por Delma ainda na Itália para assassinar a nora no Brasil e a descoberta do próximo alvo de Delma, Ferdinando Tonelli, com que se casaria para depois matá-lo, ficando, assim, com o dinheiro do seguro. Todas essas revelações desvendadas pela polícia e antecipadas pelo Diario foram apresentadas em juízo. Agora, são, oficialmente, subsídios para que o corpo de jurados decida, hoje, o destino de cada um dos envolvidos.

Veja algumas capas da cobertura.

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