Por Blenda Souto Maior*
Participar do projeto especial SerTão Gonzaga foi muito marcante para mim como fotógrafa, pois pude refletir mais sobre o que é a fotografia para mim e meu papel como fotojornalista. Pude explorar com mais consistência as locações das pautas, mergulhar no universo dos personagens e documentar um pouco da vida daquelas pessoas.
Ouvi histórias como a da pequena Marta, a menina sem terra, tinha um olhar muito expressivo, magnético, e que nunca conheceu outra casa a não ser a lona preta do MST. Tia Joana, a parteira do Quilombo Conceição das Crioulas, a ascendência africana daquelas pessoas me levou imediatamente à minha infância, ao terreiro da minha tia-avó, eu tinha que representar aquilo com o respeito que ela merecia, por isso decidi fazer um retrato fechado mostrando a expressão firme e o olhar de tia Joana e a foto em família.
O especial SerTão Gonzaga me levou a territórios da imaginação, da afetividade, da percepção imagética, me trouxe mais amadurecimento como fotojornalista.
* Repórter fotográfica do Diario de Pernambuco