maconhaO repórter Wagner Oliveira, especializado em questões de segurança pública (por isso mesmo, é responsável por um blog que trata deste tema no Diario), viajou com o repórter fotográfico Paulo Paiva para traçar o novo mapa da maconha no interior de Pernambuco. O resultado é uma série de três páginas – a primeira foi publicada na estreia do novo projeto gráfico do jornal. Até a primeira metade dos anos 1990, o cultivo da “erva maldita” era um tema recorrente nas páginas policiais. Sim, jornal que se prezasse tinha que ter uma estrutura para mostrar o maior número possível de algemados por centímetro quadrado, dia após dia. Agora a maconha migrou do “mundo cão” para as páginas de comportamento. A violência do tráfico, antes mais explícita, não é mais explorada, pelo menos em Pernambuco. Por isso a importância de se revisitar o tema, mostrando o que mudou ao longo destas décadas. Com a palavra, o próprio Wagner:

“Saímos do Recife, eu, o fotógrafo Paulo Paiva e o motorista Gilson Bezerra, no final do mês passado, para acompanhar uma operação da Polícia Federal (PF) na região conhecida como Polígono da Maconha, no Sertão de estado. Passamos um dia inteiro junto a 70 policiais federais e dos mais de 50 colaboradores contratados para destruir os pés de maconha localizados nas ilhas do Rio São Francisco. Chegamos à delegacia por volta das 6h30 e os agentes ainda estavam preparando o material e armamento que seriam levados para a operação. Apesar da base ter sido montada na Polícia Federal de Salgueiro, várias cidades do Sertão foram fiscalizadas. Nós acompanhamos os trabalhos em Cabrobó, onde a polícia encontrou e destruiu inúmeros pés e mudas de maconha.
Pude ver de perto como os colaboradores seguiam para sua missão após as orientações dos policiais federais. Éramos a única equipe de reportagem que estava acompanhando o trabalho da polícia e fizemos também um sobrevoo na região do São Francisco. Do alto, foi possível ver roças e sementeiras inteiras sendo queimadas. Durante o sobrevoo, os policiais ainda pensaram que poderia haver pessoas escondidas em meio a uma plantação, mas a suspeita não foi confirmada. Registramos tudo em fotos e vídeo e o material está sendo publicado na série de reportagens A migração do tráfico, que está sendo publicada pelo Diario de Pernambuco até está quinta-feira”.

wagnerpaulo