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Desde a primeira vez em que circulou nas ruas, em 8 de novembro de 1825, o Diario de Pernambuco sempre priorizou a relação com seus leitores. Afinal de contas, a folha de quatro páginas, que custava 40 réis e trazia o nome do santo do dia, São Florêncio, já estampava 38 anúncios na sua edição inaugural. A comunicação principal era feita por cartas. Os tempos mudaram, mas elas ainda chegam à redação quase 190 anos depois. São poucas, é verdade, levando em conta que a internet facilitou o contato e não se pode mais culpar os Correios ou o portador por possíveis atrasos e extravios. O que os leitores escrevem continua sendo publicado religiosamente pelo Diario, agora em um novo espaço onde os usuários da tecnologia compartilham, além de seus comentários, fotos e links e o que possível for. Caros missivistas, como estes que ilustram esta foto, de Escada e de Boa Viagem (Recife) continuem colaborando com o Diario, preenchendo envelopes, que estaremos a postos para atendê-los.

Com a palavra, a estagiária Tereza Eickmann, que cuida do relacionamento com este leitor tão diferenciado:

“O e-mail foi um dos primeiros sucessos da internet, matando quase que instantaneamente as cartas. A nossa seção de Cartas&E-mails, que por muito tempo se chamou apenas Cartas à Redação, pode ter, para muitos leitores, um nome um tanto obsoleto. Mas, para surpresa de muita gente, incluindo a minha, nem todo mundo usa a internet ou o telefone para se comunicar.
A maioria das cartas vem escrita a mão, ou, pelo menos, com a assinatura da pessoa, dando uma ideia maior de proximidade com o leitor. Algumas são pessoas que participam da história do jornal há anos e que preferem os métodos tradicionais de comunicação. Outras, não sabem ou não têm acesso a um computador ou internet, mas fazem questão de participar.
A verdade é que as cartas trazem sentimentos nostálgicos e de personalidade únicos, seja pela forma de escrever, ou pela papel usado. Às vezes até mesmo o selo escolhido pode revelar um pouco sobre a pessoa que enviou aquele pedacinho de papel cheio de significado”