Em 1969, viaduto era sinônimo de modernidade. Por isso que o Diario de Pernambuco registrou, no dia 10 de setembro daquele ano, o início da demolição de dez imóveis que “atravancavam o progresso”. No lugar daqueles casarões, tão comuns ao bairro de São José, seria erguido o elevado que levaria o nome do Forte de Cinco Pontas. Antes do viaduto, o acesso à Zona Sul era feito pelo Cais José Estelita e Avenida Imperial, desembocando na Ponte Paulo Guerra, única existente na época. A demolição era justificada porque a presença da antiga rodoviária e as descargas de açúcar por via ferroviária interrompiam o trânsito por até 15 minutos. Além de comprometer a visão do Forte de São Tiago das Cinco Pontas – monumento histórico erguido pelos holandeses em 1630 – o viaduto logo perdeu a utilidade com a construção, no início da década de 1970, da Avenida Agamenon Magalhães, do Viaduto Capitão Temudo e a da Ponte Agamenon Magalhães. Deve ganhar, nos próximos anos, o mesmo destino das edificações desta foto.
Como curiosidade: na época da fotografia em papel, os diagramadores usavam o recurso de marcar, na imagem, o que deveria ser publicado no jornal. Espécie rudimentar de zoom, o quadrado riscado a caneta mostra o detalhe dos trabalhadores destelhando as casas condenadas. Fazer jornal não era tarefa fácil.