Hoje tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, o prédio que abriga a Casa da Cultura, no bairro de Santo Antonio, foi erguido em formato de cruz em 1855 e serviu de penitenciária por 119 anos. Em 1974, o local que abrigou presos políticos, como Gregório Bezerra e Paulo Cavalcanti, o escritor Graciliano Ramos, o cangaceiro Antonio Silvino e o assassino de João Pessoa, João Dantas, entre outros, foi desativado para passar por reformas e ganhar uma nova função. Os cerca de mil detentos sairiam do Centro do Recife para Itamaracá. Suas celas se transformariam em lojas de artesanato. Esta imagem do acervo do Diario de Pernambuco, sem crédito do autor, mostra o início da demolição dos muros para permitir o acesso dos futuros visitantes. Moradores e turistas passariam a percorrer os três andares onde muitos não conseguiram sair.
Além de projetar o presídio, com 8.400 metros quadrados de área construída e 6.000 m² de pátio externo, o engenheiro Mamede Alves Ferreira também foi responsável por mais dois prédio históricos tombados no Recife: o Ginásio Pernambuco e o Hospital Pedro II, recentemente reformados. A ideia de uma Casa da Cultura foi defendida em 1963 pelo artista plástico Francisco Brennand, quando ocupava a chefia da Casa Civil do governo estadual. O projeto de restauração do colosso neoclássico ficou a cargo dos arquitetos Lina Bo Bardi e Jorge Martins Junior. Em 14 de abril de 1976, o prédio reabriu suas portas. Para não fechar jamais.