prelo diario

Nando Chiappetta/Esp.DP/D.A Press

Na próxima sexta-feira, o Diario comemora 189 anos de fundação. Para marcar a data, o blog vai postar curiosidades sobre o jornal. Começamos com detalhes da primeira edição. Uma verdadeira viagem na história.

No dia 7 de novembro de 1825, o Recife, uma cidade na época habitada por pouco mais de 26 mil almas nas suas quatro principais freguesias, via circular um novo jornal, o 24º a surgir desde o início oficial da imprensa em Pernambuco, história que teve início com o Aurora Pernambucana, pioneiro com vida curta, apenas 30 números entre março e setembro de 1821. O Diario de Pernambuco, nome da folha de quatro páginas, chegou às ruas custando 40 réis, ou dois vinténs, como se dizia na época. Trazia o nome do santo do dia, São Florêncio, e estampava 38 anúncios. Impresso em oficina própria, da firma Tipografia Miranda & Cia, instalada na rua do Cutuvelo, em Chora-Menino, o primeiro Diario saiu com a dimensão de 24 x 19 centímetros, 329 linhas de composição a mão e 1.443 palavras. O primeiro prelo do jornal, em madeira, encontra-se no Instituto Arqueológico Histórico Geográfico Pernambucano, no antigo prédio do Colégio Nóbrega, na Boa Vista.

Na apresentação editorial do primeiro exemplar, o proprietário, Antonino José de Miranda Falcão, alerta que a proposta do seu jornal é mesmo diferente: “Faltando nesta cidade assaz populosa um diário de anúncios, por meio do qual se facilitassem as transações, e se comunicassem ao público notícias, que a cada um em particular podem interessar, o administrador da Tipografia de Miranda e Companhia se propôs a publicar todos os dias da semana exceto aos domingos somente o presente diário, no qual debaixo dos títulos de – Compras – Vendas – Leilões – Aluguéis – Arrendamentos – Aforamentos – Roubos – Perdas – Achados – Fugidas e Apreensões de Escravos – Viagens – Afretamentos – Amas-de-leite etc, tudo quanto disse respeito a tais artigos; para o que tem convidado a todas as pessoas, que houvessem de fazer estes ou outros quaisquer anúncios, os levarem à mesma Tipografia que lhes serão impressos grátis, devendo ir assinados”.

No dia 7 de novembro de 1825, o primeiro gazeteiro do Diario, um ajudante de oficina, muito provavelmente um escravo, iniciou a distribuição dos primeiros exemplares do jornal que se tornaria o mais antigo em circulação na América Latina. Com endereços anotados, começou a entregar o folheto nos bairros do Recife, Santo Antônio, São José e Boa Vista. A princípio, os destinatários do Diario seriam pessoas ligadas ao comércio, gente que teria interesse em anunciar no novo veículo para ampliar a clientela.

diario primeira edicao