Registrar a vida de uma cidade é a tarefa diária de quem corre atrás da notícia. Nos seus 189 anos de circulação, o Diario de Pernambuco mostrou o desenvolvimento – muitas vezes, o contrário – do Recife em suas páginas. Os problemas urbanos de ontem podem revelar, a partir de um novo olhar, uma capital que não existe mais. No dia 18 de dezembro de 1959, o jornal publicou esta foto acima, da Rua Nova. A denúncia era sobre a água que escorria ao longo da calçada daquela via, a partir de um buraco onde foi colocada uma “escultura” de madeira. O que chama a atenção nesta imagem não é a precariedade do sistema de saneamento, ainda recorrente nos dias de hoje, mas a falta dos trilhos dos bondes que não circulam mais. Ao não preservar este tipo de transporte, o Recife foi na contramão de cidades europeias de mesmo porte, que apenas modernizaram o que já era funcional, não poluente e pontual. O asfalto não nos levou a lugar nenhum.