Pernambuco é pioneiro em várias áreas. Até na construção de navios inteiramente com cimento. Esta novidade veio estampada na capa do Diario no dia 19 de julho de 1972, com uma bela foto vertical onde a embarcação de 12 toneladas aparece ainda em fase de testes. O Independência, com 11 metros de extensão, teria capacidade de transportar até oito toneladas de gelo, necessárias para a conservação de lagostas. Cinco homens enfrentariam o alto-mar nesta estrutura inusitada.
A reportagem publicada na página 3 do segundo caderno lista ainda outras vantagens do Independência: feito de cimento, tela, ferro e areia, custaria até 50% mais barato do que os de madeira, que ainda precisavam mudar o casco constantemente. Com três tanques, a segurança estaria garantida mesmo que um deles fosse inundado. E o cimento impediria a aderência do gusano, um verme que desenvolve nos barcos de madeira. O argumento final era a velocidade de produção: um barco de cimento poderia ser construído em até três meses, apenas com um pedreiro e um armador. Tudo bom demais para ser verdade.
