Dona Santa - 1978x

Em fevereiro de 1977, o Diario de Pernambuco prestou homenagem a Maria Júlia do Nascimento, a rainha do povo que estaria comemorando seu centenário logo depois daquele carnaval. Conhecida como Dona Santa, ela morreu em 1962, aos 85 anos de idade. Nascida no Pátio de Santa Cruz, também conhecida como Bentinha, reinou por 35 anos no Maracatu Elefante, fundado em 1800 como consequência de uma revolta encabeçada por Manoel Santiago contra a direção do Maracatu Brilhante.
Antes de pertencer ao maracatu, Bentinha participou da Corigada, das troças Verdureira e Micangueira, foi rainha do Leão Coroado e fundou a Troça Carnavalesca Mista Rei dos Ciganos, que mais tarde transformou-se no Maracatu Porto Rico do Oriente.
Foi ainda no Leão Coroado que ela se casou com João Vitorino, abdicando ao trono porque o esposo fora escolhido para reinar o Maracatu Elefante,
Com a morte de Vitorino, assumiu a direção do Elefante, mas somente foi coroada em 27 de fevereiro de 1947, passando a desfilar à moda europeia do século 19, vestimenta feita em seda, veludo e cetim, adornada com miçangas, lantejoulas e fios dourados. Suas cores preferidas eram o amarelo, azul, branco e verde.
O Elefante desfilava era sempre na segunda-feira de carnaval. O rico acervo da instituição encontra-se hoje no Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, no bairro de Casa Forte.