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Aparelhos celulares vendidos em Pernambuco em 1994 – Crédito: Diogenes Montenegro/DP/DA Press

Pernambuco ingressou no admirável mundo novo do celular em abril de 1993. A possibilidade de levar um aparelho “portátil” no bolso ou na bolsa gerou uma verdadeira febre de consumo. Para atender a demanda, a Telecomunicações de Pernambuco (Telpe) optou pela realização de sorteios para distribuir as primeiras linhas. Dois anos depois, a empresa estatal já possuía 15.093 assinantes, passando para 73.390 em 1996 e chegando a 159.415 em 1997, média de 2,16 acessos para cada 100 habitantes do estado. A mordomia era para poucos: um “tijolão” era vendido por cerca de US$ 2 mil e o consumo médio mensal de US$ 160 por
cliente.

Em maio de 1995 foi dado o primeiro passo, no Congresso Federal, para o fim do monopólio estatal das telecomunicações. Companhias privadas poderiam se habilitar para adquirir a Banda B, disputando mercado em dez áreas no país. A proliferação de telefones celulares afetou outros segmentos da indústria de telefonia. As listas telefônicas, imensos monumentos em papel amarelo, perderam a guerra para a lista de contatos e a internet móvel. Há dez anos, as editoras publicavam 184 listas, com tiragem total de 31 milhões de exemplares. Hoje os livros são itens de colecionador.

Os telefones públicos também perderam espaço. Com eles, as fichas telefônicas, que eram vendidas em cartelas. Se não havia uma loja para ligação com cobrança por tempo de uso, as “moedinhas” eram a solução para uma conversa de até três minutos. Os telefones públicos eram instalados em cabines ou estruturas especiais, visando o turismo. Começaram a desaparecer pela falta de usuários e a depredação.

Confira, na galeria abaixo, como era Pernambuco antes dos celulares.