Cartão-postal do Recife com quatro trolleybuses - Marmon, um Villares, outro Marmon e outro Villares - cruzando a Ponte da Boa Vista até os terminais na Avenida Guararapes - Coleção Allen Morison

Cartão-postal do Recife com quatro trolleybuses – um Marmon, um Villares, outro Marmon e outro Villares – cruzando a Ponte da Boa Vista até os terminais na Avenida Guararapes – Coleção Allen Morison

Prepare-se para uma viagem no tempo. E quem vai pagar a passagem é o pesquisador norte-americano Allen Morison, um fanático por transporte público que percorreu países registrando imagens de bondes e ônibus elétricos. Em 1980, ele esteve no Recife filmando em Super 8 vários trolleybuses em ação, com suas carrocerias pintadas de azul e bancos espaçosos, mas nem tão confortáveis. Em dezembro daquele ano, aqueles modelos deixaram de circular definitivamente, depois de duas décadas de muita atividade. Em 1981, duas novas linhas entraram em operação – Avenida Caxangá e PE-15 – e resistiram até 1991. O sistema todo foi encerrado em 2001, quando o sistema municipal de transporte foi licitado. Os ônibus a diesel dominaram de vez o pedaço.

Elétricos 1960

Fabricados pela Marmon-Herrington Automotive Company de Indianapolis (EUA), os primeiros 65 ônibus elétricos começaram a circular no Recife em 1960, adquiridos pela Companhia de Transportes Urbanos (CTU). As linhas eram Torre, Casa Amarela e Campo Grande. Em 1970, o sistema já operava por 18 rotas, com 140 veículos adquiridos, além da Marmon-Herrington, também das brasileiras Villares e Ciferal. Em 13 de maio de 1960, o Diario de Pernambuco publicou reportagem onde informava que cinco ônibus fariam experimentalmente a linha Torre-Madalena, exatamente 46 anos depois de circular no Recife o primeiro bonde elétrico. O prefeito Miguel Arraes participaria da viagem inaugural, marcada para as 15h, na Rua do Sol, defronte ao prédio dos Correios. Na mesma edição, uma página inteira comemorava a entrada do Recife na lista das cidades mais adiantadas do mundo em matéria de transporte urbano.

1960 - Cartaz elétricos

A Cidade do Recife Transportes (CRT), vencedora da disputa pelo gerenciamento das linhas da CTU em 2000, estava obrigada por contrato a manter os trolleybuses em operação. Mas os novos veículos que chegaram ao Recife eram todos a diesel. No dia 13 de abril de 1960, o Diario de Pernambuco anunciava que os elétricos deixariam de circular. A substituição por ônibus a diesel seria apenas temporária. A Federação dos Usuários de Transporte Coletivo de Pernambuco apoiava o fim dos tróleis porque os coletivos tipo Padron teriam ar-condicionado, televisão e vídeo a bordo. Em janeiro de 2003, após uma espera de dois anos, os elétricos ficaram de vez na garagem, sumindo do cenário das ruas do Recife.


Eletrico 2001
As informações acima foram retiradas do site de Allen Morison, em inglês, sobre os tróleis do Recife. Quer ler o original, com mais imagens? Clique aqui.

Abaixo, o vídeo de sete minutos feito por Allen Morison: