Valentina Terechkova subiu aos céus e desceu como heroína. No dia 16 de junho de 1963, a paraquedista de 26 anos de idade tornou-se a primeira mulher a ver a Terra azul, como já havia definido Yuri Gagarin em 1961. A primeira cosmonauta a entrar em órbita foi destaque mundial no tempo em que Estados Unidos e União Soviética disputavam uma corrida espacial. No dia 18, uma terça-feira – na época, há 52 anos, o jornal não circulava às segundas-feiras – o Diario de Pernambuco registrou com atraso o feito histórico.
“O Vostok VI, pilotado por Valentina, entrou em órbita num ponto muito próximo do Vostok V pilotado por Bykovsky e, três horas depois, os telespectadores soviéticos viam o rosto sorridente da cosmonauta em emissão cósmica direta. Meia hora após o lanlamento era enviada para a Terra a primeira mensagem conjunta:
– Estabelecemos comunicações pelo rádio entre nossas naves. Estamos a curta distância um do outro. Todos os instrumentos de nossos veículos funcionam perfeitamente. Sentimo-nos bem.
Valentina entrou em órbita às 21h12 no horário de Moscou (6h30 de Brasília). O seu voo permitiria que os cientistas fizessem uma análise comparativa das influências de uma viagem espacial sob o homem e a mulher. Em comunicação com a Terra, ela se identificou como a “gaivota”. Todos os cosmonautas soviéticos usavam nomes de aves para identificar-se.
Segundo o Diario, “o êxito de Valentina reforça consideravelmente o prestígio da URSS nos países onde a mulher se encontra numa posição inferior à do homem”. Mais uma barreira que foi rompida. Tido graças a uma gaivota. Aos 78 anos de idade ela quer volta ao espaço. Desta vez com destino a Marte. Estaremos aqui em terra firma para registrar.