Vestir-se de acordo com o figurino sempre esteve na moda no Diario de Pernambuco. Quando começou a circular em novembro de 1825, como um “jornal de anúncios”, era comum trazer nas suas páginas notícias da chegada da Europa, via navio, de sortimento de tecidos, sapatos, leques e outros apetrechos para o público feminino. Ao longo do século 19, além dos reclames das lojas para “senhoras”, as leitoras tinham acesso a informações sobre o modo de se vestir em voga através das descrições de relatos de correspondentes e o perfil das personagens dos folhetins publicados diariamente. Faltava mais.
Em 1899, o Diario cria a seção Correio da Moda. Era o prenúncio de que, com o novo século batendo à porta, o assunto ganharia mais destaque. Em 1931, uma página dominical já demonstrava, pelo título, o seu público-alvo: “Para as senhoras e senhorinhas”. Um ano depois, era criada a seção “Moda de Paris”. Em dezembro de 1939 o Diario oferecia o Suplemento Feminino, distribuído igualmente pelos Diários Associados de outros estados. Em 1952, duas páginas sobre assuntos femininos, incluindo moda, integravam o terceiro caderno dominical recém-criado. Em 1954 o jornal voltou a oferecer o suplemento feminino, desta vez impresso em sépia.
Em 1969, o suplemento, desta vez em formato tabloide, continuava a oferecer sugestões de moda às leitoras. No dia 16 de junho, a capa era dedicada a figurinos de São João. As “graciosas matutinhas” poderiam levar às costureiras os desenhos para que fossem transformados em realidade, principalmente usando algodão da “Bangu”. Restava saber se as encomendas ficariam pronta a tempo para os arraiais, além do risco de encontrar muitos clones disputando a primazia de rainha do milho.