Estamos oficialmente no inverno. É tempo de pautas sobre a mudança de comportamento do recifense em relação aos efeitos da temperatura mais baixa. O clima sempre rendeu pautas aos repórteres do cotidiano, que têm que suar para encontrar uma abordagem original. Faça guarda-chuva ou faça guarda-sol, está sempre lá a materiazinha sobre os novos hábitos da população.
No dia 22 de abril de 1936, uma reportagem do Diario de Pernambuco mostrava que a “estação balneária” estava chegando ao fim e que os sorvetes e caldos de cana não seriam em breve tão refrescantes. Era um tempo sem Vigilância Sanitária, de consumo precário de sucos e outros líquidos em plena rua. Tempo de Gemba, a sorveteria que fez história no Centro do Recife. O seu proprietário, tratado de “amarelo” pelo repórter, conta como fazia tanto sucesso mesmo tão longe do “país do sol nascente”.
Era uma cidade com outro ritmo. Do banho de mar sem tubarões. O repórter que fez este texto quase crônica talvez tenha resmungado quando soube da pauta. Mas acabou fazendo história. Das miúdas, mas mesmo assim revigorantes.