Arquivo/DP - Zepelim sobrevoa o Recife na década de 1930

Arquivo/DP – Zepelim sobrevoa o Recife na década de 1930

“O viajante que passe um domingo no Recife irá pela manhã a Olinda e depois a Boa Viagem. Em seguida, visitará o velho peixe-boi no Parque Amorim. Durante a tarde, terá o cinema e o foot-ball. À noite, de novo, o cinema. Fora daí, é só esperar pelas onze badaladas compassadas do carrilhão do Diario, quando aparecem pelas esquinas das ruas, medrosas e desconfiadas, as primeiras flores murchas das noites recifenses…”

O texto acima é do jornalista Octavio Moraes, que publicou no Diario de Pernambuco, no dia 12 de maio de 1936, suas considerações sobre o problema das diversões no Recife. Há quase 80 anos, a capital pernambucana seria um lugar sem muitos atrativos. Uma situação que incomodava os intelectuais que habitavam uma cidade com 500 mil almas. Para Octavio Moraes, se houvesse um “campeonato para cidades tristes”, o Recife ganharia a medalha de ouro.

“Tratando-se de pessoas que não tenham amigos na cidade e nem visitas a fazer, é difícil aconselhar um ponto em que possam as mesmas desenfastiar os olhos e descansar o espírito de dois ou três dias de céu aberto e mar fechado”, critica Octavio Moraes. Vale lembrar que, na época, a capital pernambucana não possuía museus e nem mesmo “um arremedo de jardim zoológico”.

Se Octavio Moraes (aceitamos indicação de sua biografia) estivesse vivo, que sugestão de passeios no Recife e adjacências você daria a ele?