Em Portugal, as mulheres não se casavam no mês de agosto, época em que os navios das expedições levantavam âncora à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar sozinha, sem lua de mel e, até mesmo, viúva. É por essa e outras histórias que o oitavo mês do ano, pelo calendário romano, possui má fama. No dia 6 de agosto de 1980, há 35 anos, a repórter Fernanda D’Oliveira produziu uma página inteira para o caderno Viver do Diario de Pernambuco abordando o tema a partir dos depoimentos de um time de primeira linha: o historiador Nilo Pereira, o folclorista Mário Souto Maior, o antropólogo Roberto Mota e o umbandista Pai Edu.
A urucubaca com agosto vem de longe. Os próprios romanos acreditavam na existência de um dragão enorme que passava no céu durante todo o mês cuspindo fogo. Na verdade, era a constelação de Leão, visível nesta época do ano no hemisfério norte. Lendas ou não, fatos históricos contribuíram para a fama do “mês do desgosto”. Em 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica exterminou 210 mil japoneses. No dia 8, em 1973, Nixon renuncia à presidência dos Estados Unidos. No dia 24, em 1954, o suicídio de Vargas. Também no dia 24, em 1572, o massacre dos protestantes franceses no dia de São Bartolomeu.
Neste 2015, o mês começou com todo gosto, acrescentando mais broncas no seu vasto currículo. Por precaução, para quem acredita ou não, convém ler na íntegra o texto de Fernanda.