Era madrugada de 13 de agosto, um domingo. Há 54 anos, tanques e tropas da República Democrática Alemã dividem a cidade de Berlim em dois lados intransponíveis: o comunista e o capitalista. A cerca de arame farpado deu lugar logo depois a um muro, um dos maiores símbolos da Guerra Fria. Com o apoio da União Soviética , os alemães orientais queriam barrar à força a fuga dos jovens atraídos por um mundo de mais oportunidades. Como não circulava às segundas-feiras, o fato só foi noticiado pelo Diario de Pernambuco na edição de terça-feira, dia 15 de agosto de 1961, através de texto da United Press International (UPI).
“Uma das primeiras consequências do novo dispositivo decidido pela Alemanha Oriental foi cortar a rota dos refugiados, cujo número havia aumentado nos últimos dias até chegar, no sábado, ao recorde de 3.000 em 24 horas”, informava o o Diario em uma página onde constava ainda uma foto-legenda da Conferência Interamericana de Montevidéu com a participação do argentino Ernesto Che Guevara, representando Cuba.
O Muro de Berlim possuía 66,5 quilômetros de grades metálicas, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para cães de guarda. Pelo menos 80 pessoas identificadas morreram quando tentavam ultrapassar a barreira, outras 112 ficaram feridas e milhares acabaram presas.
A barreira só foi ao chão em 9 de novembro de 1989, assunto que já foi tema deste blog. Quer ler? Então clique aqui. A Alemanha partia para uma reunificação em um mundo onde a União Soviética deixou de ser o contraponto ao poder norte-americano. Mas aí já é outra história.