Vicentina de Paula Oliveira Martins se foi há 43 anos, no dia 30 de agosto de 1972. Morreu aos 55 anos de idade, de hemorragia interna. Seu sepultamento, no dia 31, foi acompanhado por cerca de 30 mil fãs, que lamentavam a partida precoce de uma estrela da música popular brasileira. Vicentina, no mundo artístico, adotou outro nome: Dalva de Oliveira.
Foi como Dalva, que significa “da manhã”, “da aurora” ou “branca”, que ela surgiu em 1937, quando se apresentou pela primeira vez num programa de rádio, na Tupi do Rio, acompanhada da dupla Preto e Branco, integrada por Nilo Chagas e Herivelto Martins, que mais tarde veio a ser seu marido. Por ser tão harmoniosa, a trinca ganhou o nome de Trio de Ouro.
No dia 31 de agosto, além de uma foto pequena de Dalva de Oliveira com seus óculos, o Diario de Pernambuco informava da morte da cantora e registrava que havia sido sugerida uma estátua dela ao lado de Carmen Miranda e Francisco Alves, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro. Seria uma justa homenagem para quem levou a canção brasileira pelo mundo afora, principalmente na América do Sul e na Europa.
Sua relação conturbada com Erivelto Martins saiu das colunas de fofocas para o cancioneiro. “Errei, simn!”, de Ataulfo Alves, era um recado direto ao marido e marcou o seu desquite. O filho do casal, Peri Ribeiro, também cantor, contou os bastidores desta conturbada relação em livro.
No bairro de Beberibe, no Recife, funcionou desde 1955 o Bar Cantinho Dalva de Oliveira, um templo para os amantes da artista, com fotos, discos e roupas em uma redoma de vidro. O local era administrado por Mário Francelino, fã de carteirinha e tornou-se o palco para as apresentações da transformista Elza Show. Há três anos, o espaço virou uma igreja evangélica.
Dalva também reinou no carnaval, vencendo concursos de marchinhas. Além disso, brilhou no cinema nas décadas de 1940 e 1950. Neste vídeo, ela canta “Estrela do Mar” do filme “Tudo Azul”, de Moacyr Fenelon, em 1952.