“Certo que a mulher queira um lugar mais difícil na vida. Ninguém pode negar-lhe esse direito. Mas não é certo querer nivelar o gênero humano pelo gabarito da fêmea. Cada um na sua. Mulher é mulher, homem é homem, embora nem todos sejam radicais”. O machismo, novamente na ordem do dia por causa da polêmica com dois cineastas pernambucanos, era um tema palpitante na década de 1970. As próprias redações dos jornais passaram por uma mudança neste período, com a chegada de mais mulheres no ambiente esfumaçado e suarento dos birôs com máquinas de escrever. O reinado da notícia com testosterona estava chegando ao fim.
Em 24 de novembro de 1974, o Diario de Pernambuco trouxe um artigo no seu suplemento de domingo sobre a ascendência do “sexo frágil”. O texto, publicado na seção Encontro – o equivalente ao Em Foco do jornal dos dias de hoje – era assinado por um dos melhores nomes que já passaram por esta fábrica de notícias. Não poderia ser mais apropriado para o assunto: Selênio Homem. Levando-se em conta o ambiente da época, a argumentação de Selênio – que ainda fez o desenho da página – ainda reverbera em 2015. É ler e tirar as suas conclusões. Sem extremismos.