O Recife foi uma cidade pioneira em serviços públicos no Brasil no século 19. Quando o país tornou-se independente de Portugal, a capital pernambucana era a terceira maior em população (30 mil), atrás apenas de Salvador (70 mil) e Rio de Janeiro (112 mil). Em 1890, o Recife já contava com 112 mil almas, todas precisando de serviços de abastecimento de água, iluminação e transporte. Foi aí que entraram os ingleses. No dia 1 de novembro de 1968, no caderno especial que comemorava a chegada da rainha Elizabeth II, o Diario de Pernambuco trouxe um balanço da influência britânica por estas bandas, em texto assinado por Gladstone Vieira Belo. Por pouco não estávamos falando inglês até hoje.
Diversos serviços públicos em Pernambuco foram explorados inicialmente por companhias inglesas. O primeiro foi o transporte ferroviário. Os engenheiros Edward e Alfred Mornay receberam autorização legislativa de explorarem o serviço de trens por um período de noventa anos, em Pernambuco, com um plano inicial de construção da ferrovia Recife – Água Preta. Em 7 de novembro de 1855 era lançada, na ilha de Nogueira, a pedra fundamental da estrada, aberta ao tráfego em 1858. Surgia então ao Great Western.
Em 1841, o inglês Thomas Savl instalava no Recife os primeiros ônibus de tração aninal, o que os franceses chamam de impériale. Percorriam Apipucos, Caxangá, Casa Forte, Mangabeira, Monteiro e Jaboatão. A “Brazilian Street Railway Limited” implantou, em 1866, o serviço de trens suburbanos que ficaram conhecidos, popularmente, pelo nome de maxambombas, corruptela de “machine pump”.
O primeiro estabelecimento bancário instalado no Recife foi o London e Brazilian Bank. Os anúncios de jornais, almanaques e revistas do século 19 estampavam notícias notícias as mais variadas que davam conta da presença de comerciantes, professores, engenheiros e técnicos ingleses entre nós.
O Diario de Pernambuco de 28 de novembro de 1836 estampou anúncio do negociante inglês John Donnelley, mercador de tecidos, que dizia ter “a honra de anunciar aos seus amigos e ao público em geral que ele acaba de chegar de Londres com um grande e escolhido sortimento de fazendas que, pelas suas qualidades e bom gosto, convidam a atenção dos seus fregueses”.
A primeira hidráulica para refinamento de açúcar foi instalada em Pernambuco pelo banqueiro Thomas Comber, exportador de algodão. Pioneiramente, os britânicos implantaram, também, as primeiras fábricas de fósforo e vidro, a Perman e a Jungman, respectivamente.
Por meio século, os serviços de esgotos da cidade estiveram a cargo do Recife Domage Co.. Eram seus administradores os ingleses Mackintosh e Dowsley. A Beberibe Water Company foi responsável, por longos anos, pelo serviço de água potável.
Os serviços de alvarengas e rebocadores do Porto do Recife estiveram entregues às firmas Wilson, Sons & Co. e Cory Brothers; O serviço telegráfico pertencia a ingleses, a exemplo da Brazilian Submarine Telegraph, já incorporada à The Western Telegraph Co. Ltd. A iluminação a gás também esteve a cargo de companhia britânica.
Olá.
Sempre frequento o “Direto da Redação”. Gosto muito, especialmente pelos fotos antigas de nossa região. Tenho um projeto sobre registros antigos – entre 20 e 35 anos – no Recife e Olinda. Um tema que venho recorrendo é sobre a situação da Avenida Cruz Cabugá antes de vários empreendimentos que foram sendo erguidos nos ultimos tempos e que mudaram a cara e a rotina da via: Shopping Tacaruna, Avenidas Jaime da Fonte e Arthur Lima Cavalcanti, bem como as Igrejas Evangélicas. Paulo Goethe, você teria registros fotográficos dessa Avenida, num passado não tão distante assim, porém antes dessas intervenções?
As fotos que utilizo nas postagens são do centro de documentação (cedoc) do jornal. Para projetos externos, sugiro entrar em contato pelo telefone 2122-7538 para saber de possíveis custos de cessão de imagens. Agradeço as visitas. Procurarei ver no arquivo do jornal reportagens sobre a Cruz Cabugá do passado, tema do seu interesse.
Grato pela resposta. Vou também continuar com pesquisas em paralelo, para trazer à tona tais registros.