Todo mundo se lembra do que fazia na manhã de 11 de setembro de 2001. Naquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais. Dois deles atingiram intencionalmente as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York. O terceiro teve como alvo o prédio do Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington. O último avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, sem chegar à Casa Branca, em Washington, porque passageiros e tripulantes reagiram e tentaram retomar o controle do voo. Ao todo, foram 3.044 mortos, incluindo os sequestradores. Quer saber como se chegou a este número? Então clique aqui.
Quem estava na redação percebeu, aos poucos, que não estava vendo um filme na televisão. Os aviões se chocando contra os cartões-postais de Nova York eram realidade. A correria começou. O desafio seria produzir uma edição histórica, à altura dos tristes acontecimentos. O Diario produziu oito páginas, usando em cada uma delas uma palavra-chave e trazendo o impacto dos acontecimentos à vida dos pernambucanos. Osama bin Laden, o mentor dos ataques, mesmo morto, continua assombrando as eleições norte-americanas, mas a Al-Qaeda perdeu espaço para o Estado Islâmico.
O dia 11 de setembro não é sinônimo de tragédia apenas pelo ataque da Al-Qaeda aos Estados Unidos em 2001. Na mesma data, mas 28 anos antes, o Chile embarcava numa aventura tenebrosa. Um golpe militar, liderado por um certo general Augusto Pinochet, colocava o país no mesmo grau de terror que dominava a América Latina. O presidente Salvador Allende, entricheirado no Palácio de La Moneda, teria preferido se suicidar a entregar o poder.
No dia 12 de setembro de 1973, o Diario trazia a derrubada de mais um governante eleito pelo voto no continente. “O assalto, feito por terra e pelo ar, durou três horas e ocorreu após sublevação dos militares iniciada no Porto de Valparaíso. A Junta Militar que controla a situação no país fez vários comunicados exortando a população a se manter em calma e colaborar com a nova ordem”. Segundo relatos de dois repórteres do jornal El Mercurio, o corpo de Allende estava reclinado num sofá, numa poça de sangue.
Em 2012, a justiça chilena concluiu que Allende realmente se suicidou, disparando dois tiros de uma AK-47 presenteada por Fidel Castro. O anúncio teve por base o exame dos restos mortais de Allende, exumados em 2011. Por muitos anos, partidários do presidente haviam defendido que ele teria sido morto pelos militares que invadiram o palácio. “Ele ficou em La Moneda porque sabia que os presidentes constitucionais têm de exercer o mandato até o final”, disse a filha de Allende, a escritora e hoje senadora Isabel Allende. Ficou até o fim.