“Aqui estão quatro dos astronautas quadrúpedes que já subiram ao espaço e voltaram sãos e salvos à Terra. À esquerda, Strelka, e à direta Belka, os dois pioneiros em agosto passado. Strelka já se tornou mamãe depois dessa aventura. A segunda da esquerda é Chernushka (a Pretinha), que a 9 de março foi lançada ao espaço, dando várias voltas à terra antes de descer em paraquedas. E, finalmente, a segunda da direita é Zvezdochka (Estrelinha), o mais recente membro do Clube do Espaço, que fez a viagem a 26 de março. Os animais foram fotografados na Academia de Ciências Soviética, onde foram exibidos à imprensa”.
No dia 3 de abril de 1961, o Diario trouxe na capa esta foto-legenda da agência UPI, destacando um aspecto curioso da corrida espacial travada entre norte-americanos e soviéticos. Os quatro “cães do espaço” tiveram mais sorte do que a pioneira Laika, que subiu aos céus em 3 de novembro de 1957 a bordo do Sputinik-2, um mês depois do lançamento da primeira nave espacial, a Sputnik.
Uma cadela de rua de três anos de idade, Laika foi recrutada para entrar na história porque era resistente, pesava menos de seis quilos e tinha 35 centímetros de altura. Cabia bem no espaço apertado. Vítima da pressa em atingir o inimaginável, ela só sobreviveu sete horas no espaço. Morreu de pânico e calor em uma cabine superaquecida.
Na época, os soviéticos informaram que a bichinha teria morrido após uma semana em órbita da Terra, na descida de paraquedas. Sua história provocou uma comoção mundial, porque os norte-americanos divulgaram que Laika, na verdade, teria morrido de fome e sede e não havia nenhum plano comunista de resgatá-la com vida.
A URSS realizou 29 voos espaciais com cachorros entre julho de 1951 e setembro de 1962. Oito animais morreram. Os outros regressaram da missão de paraquedas, utilizando máscaras de respiração e trajes espaciais. Não ficaram tão famosos quanto Laika, mas conseguiram sair até na capa do Diario.