No dia 14 de dezembro de 1989 estreou nos cinemas recifenses (Veneza e Recife 1) um filme que virou febre nas redes sociais neste 21 de outubro de 2015 (data em que Marty McFly desembarca na sua nova viagem no tempo). A segunda parte de De volta para o futuro, dirigida por Robert Zemeckis e estrelada por Michael J. Fox, Lea Thompson e Christopher Lloyd chegou na leva dos lançamentos natalinos e em um momento em que os brasileiros estariam de olho em outra tela, bem menor.

A capa do Diario de Pernambuco informava: à noite aconteceria o último debate entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, que deveria ser acompanhado por cerca de 100 milhões de telespectadores. Os dois candidatos chegavam a quatro dias das primeiras eleições diretas após a ditadura militar afastados por apenas um ponto de diferença. O final deste filme da vida real é que ninguém previu: os inimigos se tornaram presidentes e agora são aliados.

Neste cenário não havia espaço para uma obra de ficção na capa do jornal. No dia de estreia, De volta para o futuro 2 só teve direito ao cartaz regulamentar no caderno Viver. Apenas no dia 18 saiu uma crítica assinada pelo também cineasta Fernando Spencer, que destacava que o filme havia desbancado o recorde de estreia de Batman nos Estados Unidos e se tornado a segunda maior bilheteria no Japão, perdendo apenas para o ET de Spielberg. Marty McFly iria longe. Faria história, como o Diario até hoje.