Há 40 anos, um filme provocava discussões, empurrões e tapas no Recife. Era a estreia de Tubarão, a produção que catapultou o diretor Steven Spielberg para o primeiro time de Hollywood. No dia 27 de dezembro de 1975, um sábado, o Diario de Pernambuco trouxe na sua capa uma foto das filas em frente ao cinema Moderno, na Praça Joaquim Nabuco, com todos querendo ver em primeira mão o fenômeno mundial de bilheteria.
Antes do meio-dia do Natal, duas filas se formaram nas bilheterias do Moderno, alcançando a Rua da Palma. O espectador teria que esperar até duas horas para entrar no cinema e aí é que começava o tumulto. No interior da sala escura rolava a disputa por um assento disponível.
Na edição de domingo, o Diario voltava a falar do filme baseado no best seller do escritor Peter Blenchey trazia o que hoje se chamaria de spoiler. Todo o argumento do filme era reproduzido em detalhes, uma ajuda para quem estivesse de orçamento apertado no fim do ano.
Vale ressaltar que dois dias antes da estreia de Tubarão o crítico do Diario, Fernando Spencer, trouxe os bastidores do filme, citando inclusive como se manobrava o bicho mecânico de 17 metros.
No dia 25, o da estreia, a página do jornal dedicada aos lançamentos do cinema trazia a reprodução do cartaz do filme, destacando a censura: 14 anos.