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No dia 15 de março de 1958, o Diario de Pernambuco trouxe em sua capa uma denúncia da água consumida pelos moradores de alguns bairros recifenses. A quantidade de coliformes fecais estava muito além do admissível. Com o “precioso líquido” contaminado deste jeito, estava aberta a porteira para uma infinidade de doenças, incluindo o tifo. Do que era recolhido do Rio Beberibe, a recomendação era ferver antes do consumo. A capa daquele sábado era uma continuação de outra reportagem publicada no dia anterior, trazendo o problema à tona.

No final da página, a repercussão da denúncia na Câmara de Vereadores. Coube ao edil Liberato Costa Júnior subir à tribuna e ler a matéria do Diario para os seus pares. No seu primeiro mandato, Liberato começava a aparecer no jornal com seus projetos e votos de aplauso. Ao longo de seus dez mandatos consecutivos – ou seja, 40 anos na Casa de José Mariano – Liberato tornou-se um personagem influente no cenário político recifense. Eram famosas as suas listas de quem teria sucesso em cada eleição. Aos 97 anos, Liberato despede-se da vida deixando muitas histórias, uma boa parte delas registradas pelo Diario, que prepara reportagem especial para a edição desta quinta-feira.

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