Criação do artista pernambucano Carlos Estevão de Souza, o Dr. Macarra foi um personagem que teve até revista própria. Pena que só durou nove números de abril a dezembro de 1962. Era um sujeito que sempre se gabava de se dar bem na vida, mas na realidade era um pobre coitado. Se estivesse em atividade ainda hoje, seria uma espécie de rei das redes sociais, onde as aparências sempre valem mais do que realmente pesam. Velhaco conhecido da polícia, que o chamava “carinhosamente” de “Macarrão”, o Dr. Macarra frequentou o Diario de Pernambuco na segunda metade da década de 1950…
Entre os anos de 1956 e 1959, as tirinhas de Carlos Estevão faziam a alegria dos leitores do jornal, nas páginas de política. As histórias do Dr. Macarra tinham sempre o mesmo formato: no primeiro quadro, a figura conversa com alguém e sempre se gaba de alguma coisa. No outro quadro, a realidade nua e crua. Na verdade, o Dr. Macarra nunca mentia. O interlocutor é que pensasse o que quisesse.
Nascido no Recife em 1921, Carlos Estevão faleceu em 14 de julho de 1972, em Belo Horizonte. Era uma máquina do humor. Trabalhando para os Diários Associados e, principalmente, para a revista O Cruzeiro, chegava a produzir mais de 450 charges por ano. A volta do Dr. Macarra, desta vez no blog, é uma singela homenagem ao criador e à criatura. Os dois, mais atuais do que nunca.