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Há 85 anos, o Diario de Pernambuco trazia uma notícia que representava uma disputa no meio artístico local: quem era o rei das músicas de carnaval? De um lado, o compositor Lourenço Barbosa, o Capiba, que lançava pela Casa Ribas a marcha Dona, não grite!. Do outro, o musicista José Capibaribe, que pela mesma editora oferecia as partituras do samba Rapacôco e das marchas Vassoura marvada, Canalha de rua e Morena de Pernambuco. Tanto Capiba quanto Capibaribe eram elogiados pelo texto publicado no jornal no dia 30 de janeiro de 1931. “São músicas alegres, bem ao jeito das que caracterizam o nosso carnaval”.

Era a primeira citação do Diario ao talento de Capiba como carnavalesco. O pernambucano nascido em Surubim em 1904 havia acabado de se instalar no Recife, aprovado em concurso do Banco do Brasil, depois de viver na Paraíba, onde tentou ser até zagueiro do Campinense e lançou as suas primeiras composições.

Em 18 de setembro de 1929, uma pequena nota na página 4 do Diario de Pernambuco destacava uma criação do jovem músico pernambucano. Capiba surgia pela primeira vez no jornal mais antigo em circulação na América Latina como autor do black-botton intitulado Miss Parahyba. A obra era dedicada à senhorita Eimar Pinto Pessoa, cujo retrato figura na capa do livreto. Capiba era citado como autor da valsa Lágrimas de mãe. Em 7 de novembro de 1930, Capiba reaparecia no Diario como autor de Where is my love?, uma valsa-canção “interessante” com letra de João Coelho Filho.

As obras de Capiba na sua fase paraibana eram ofertadas no Recife pela Casa Ribas, estabelecimento situado na Rua da Imperatriz. Em 1934, Lourenço Barbosa consolida-se como compositor ao vencer uma disputa de músicas carnavalescas com o frevo-canção É de amargar. E não parou, tornando-se o maior representante deste gênero musical até a sua morte, em 1997.

E João Capibaribe? Tratava-se, na verdade, de um pseudônimo. Era uma persona do médico, advogado, professor, compositor, pianista, regente e musicólogo Valdemar de Oliveira (1900-1977). Ele começou a compor músicas carnavalescas em 1925. Autor de 11 peças teatrais, hoje é nome de uma casa de espetáculos no bairro da Boa Vista.

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