Em 1949, o Diario de Pernambuco passou a publicar charges em todas as suas edições. O material era fornecido pela Agência Meridional, que abastecia de informações todos os jornais integrantes da rede Diários Associados. Os temas tratados eram geralmente sobre política no cenário nacional, mas havia espaço também para algum assunto referente à Guerra Fria.
Ao longo destes 67 anos, a produção das charges tornou-se local, feita por profissionais contratados pelo Diario. Em 1977, elas passaram a figurar na página de Opinião, espaço mais apropriado para uma crítica que representa o jornal. Atualmente a tarefa de resumir um fato em apenas um quadro, de maneira rápida mas sem perder a ironia, cabe à dupla Jarbas e Samuca.
Os dois começaram a ser importunados pelo Aedes aegypti, não só transmissor da dengue, mas agora também do zika vírus e da chikungunya, em novembro do ano passado. No dia 18 daquele mês, Jarbas descobriu um foco do mosquito bem no meio da saúde pública, literalmente.
Com a gravidade do quadro e descoberta de casos de microcefalia, o Diario passou a dedicar mais manchetes sobre a necessidade de combater o Aedes. As charges de Jarbas e Samuca seguiram a mesma linha, preservando o humor em uma situação que reflete a nossa incapacidade em cuidar do bem público e da saúde. Nestes últimos quatro meses, o jornal tratou o assunto abordando vários aspectos, do carnaval à Olimpíada do Rio, passando pela convocação do exército para entrar nas casas. Pelo jeito, não vai parar. Que nem o mosquito.