Uma hora e 48 minutos. Este foi o tempo necessário para Yuri Alekseyevich Gagarin entrar para a história. Há 55 anos, em 12 de abril de 1961, o major soviético de 27 anos de idade realizou uma órbita completa e, a 340 quilômetros de altura, pronunciou a famosa frase: “A Terra é azul”. No dia 13 de abril daquele ano, o Diario de Pernambuco rasgava uma manchete em duas linhas, destacando o grande feito tecnológico da guerra fria: “Moscou em júbilo: URSS lança com êxito primeiro homem ao espaço”.
Por conta das dificuldades de comunicação da época, agravadas pela Cortina de Ferro, o jornal não publicou imagens do cosmonauta. No lugar dele, a foto da primeira candidata ao título de Miss Pernambuco, posando de maiô em uma escadaria. Na parte inferior da página, o nazista Adolf Eichmann enfrentava o seu julgamento em Israel, acusado de ser responsável pela morte de três milhões de judeus em campos de concentração.
Somente na edição do dia 14 de abril é que o Diario trazia a imagem de Gagarin, o “Número 1 do cosmos”. Ele havia sido promovido de primeiro-tenente a major momentos antes de embarcar no Vostok para a viagem histórica. “As costas dos continentes, ilhas, grandes rios, grandes superfícies de água e características de formações se distinguiam claramente”, disse o herói para os soviéticos. Quando ele estava em órbita, passou pelo Brasil a uma altura de 200 quilômetros e a oito quilômetros por segundo.
O primeiro voo humano pelo espaço sideral foi efetuado aos 1.285 dias da inauguração pela Rússia da era espacial em 4 de outubro de 1957, com o lançamento do Sputnik I. Neste período, os soviéticos lançaram 16 satélites terrestres e os Estados Unidos, 40.
As imagens desta postagem são de um filme russo lançado em 2013, “Gagarin: first in space” (Gagarin: primeiro no espaço), dirigido por Pavel Parkhomenko. Apesar de não ter legendas em português, apresenta uma excelente reconstituição da época em que o mundo era dividido em dois blocos.