A primeira edição circulou no dia 10 de novembro de 1928. A última, trazendo Pelé na capa, vestido de Tio Sam, já como jogador do Cosmos, saiu em julho de 1975. Em todo este período, O Cruzeiro mapeou um Brasil que deixava de ser rural para entrar numa euforia desenvolvimentista que desembocou numa ditadura militar.

Editada pelo grupo Diários Associados, comandado por Assis Chateaubriand, a revista foi um fenômeno de vendas, chegando à marca de 750 mil exemplares por semana. Pelas suas páginas, o leitor soube que o rádio perderia espaço na sala de estar para o aparelho de TV.

Além de reportagens com muitas fotografias e a colaboração de nomes como Millôr Fernandes, Péricles de Andrade Maranhão (o pernambucano criador do personagem “O amigo da onça”) e Rachel de Queiroz, a publicação também se tornou um espaço privilegiado para a divulgação de produtos.

A publicidade estampada visava atingir primeiramente o público feminino, com as novidades da moda, da estética e das utilidades domésticas. As mães conheciam também os lançamentos para alimentação e higiene dos filhos. Já os homens eram o alvo de fabricantes de roupas, de aparelhos de barbear e de gel para os cabelos, além dos automóveis nacionais que começavam a povoar as garagens.

Hoje objetos de pesquisa, estas páginas comerciais de O Cruzeiro são o retrato de um Brasil que começava a ser consumista, valorizando o descartável. Alguns produtos resistiram ao tempo e continuam até hoje no mercado, agora tendo como nova mídia a internet.

As imagens desta postagem foram retiradas do site http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/. Recomendo uma visita para conhecer mais informações sobre esta publicação que fez história no jornalismo brasileiro.